Editorial – A violência que volta a dar as caras no meio do futebol

Por Portal Opinião Pública 06/07/2023 - 10:40 hs
Foto: Freepik.com jcomp / Reprodução

Os casos de violência no futebol, volta e meia, dão as caras nos noticiários esportivos e policiais de jornais, portais e emissoras de rádio e TV, sendo geralmente protagonizados por torcidas de clubes rivais que, de alguma forma, entram em conflitos e geram feridos e mortos. Porém, nesta semana um caso destes foi além. Torcedores do Corinthians foram até um motel na zona oeste de São Paulo e agrediram o jogador Luan, que atualmente está afastado do elenco corintiano em uma atitude que ultrapassa a insanidade.

Desde que chegou ao clube paulista, Luan é criticado por torcida e imprensa, sendo visto como um dos piores negócios da história da agremiação. Atualmente, ele é dono de um dos maiores salários do time, mesmo sem ser utilizado, e em entrevistas recentes revelou que chegou a recusar propostas para sair do clube, citando que ainda tinha esperanças de ser utilizado, o que de fato não estava previsto para acontecer, mesmo antes das agressões. Seu contrato se encerra no fim do ano.

Porém, mesmo sendo “persona non grata” dentro do Corinthians, nada justifica o ato lamentável do qual ele foi vítima. Lembremos que seu contrato com o clube é um acerto entre a instituição, que na época de sua contratação avaliou o negócio, e o jogador. Não deu certo e isso acontece muitas vezes no futebol, com diversos clubes. Assim sendo, caberia ao Corinthians – e não à torcida, que tem o direito de protestar (e somente isso) contra aquilo que acreditar ser ruim ao time - encontrar uma forma de terminar o vínculo com o jogador da melhor maneira possível.  Não é papel de torcedor ameaçar ou intimidar um jogador do qual não gostam, e muito menos agredi-lo.

Após o episódio, a tendência é que Luan deixe o Corinthians em uma rescisão amigável. Contudo, é importante demais ressaltar que os torcedores que o agrediram sejam identificados e punidos com rigor, pois essa situação não pode passar batida e gerar episódios semelhantes no futuro com a torcida do Corinthians ou de qualquer outro clube.

Futebol não é nem deveria ser lugar para violência.